quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sindrome do Trato Iliotibial...

Antes mesmo de iniciar meus treinamentos para maratona de Porto Alegre 2011, a cada corridinha leve de 2 ou 3 km meu joelho avisava que algo não estava bem, musculatura e estruturas articulares não estavam em sintonia.




Pois bem, após alguns exames de imagens pouco esclarecedores sobre o problema e muita leitura sobre os sintomas apresentados chegamos, meu médico e eu, a um diagnóstico: SINDROME DO TRATO ILIOTIBIAL (também conhecido como joelho de corredor). Imediatamente, e em casa, iniciei um programa de fortalecimento muscular com o objetivo que reequilibrar minha musculatura. Paralelo a isto, utilizava alongamentos e crioterapia (aplicação de gelo) como parte do tratamento.




O resultado deste processo todo? 04h03m48s na maratona e meu joelho esquerdo sem nenhum sinal da tal síndrome. Mas como nem tudo são rosas, a mesma dor agora perturba meu joelho direito. Abaixo, coloco um material explicativo da dita cuja.

SINDROME DO TRATO ILIOTIBIAL

INTRODUÇÃO




Síndrome da Trato Iliotibial (STIT) é uma lesão inflamatória aguda observado em ciclistas, corredores (também conhecida com joelho do corredor) e esportistas de longa distância, principalmente quando o mecanismo do esporte envolve flexões repetidas dos joelhos. Provoca dor do lado de fora do joelho um pouco acima da superfície articular. Raramente é grave a ponto de necessitar tratamento cirúrgico, mas pode ser extremamente desconfortável e afastar os atletas de suas atividades.

ANATOMIA






O Trato Íliotibial (TIT) é uma fáscia longa localizada na face lateral da coxa. Origina-se de um pequeno feixe muscular no osso ilíaco na pelve onde é denominado de tensor da fáscia lata. Transcorre toda extensão lateral da coxa e insere-se abaixo da superfície articular do joelho em uma região denominada de Tubérculo de Gerdy (região ântero lateral e proximal da tíbia).
Anatomicamente a parte mais distal do trato ílio tibial passa sobre a borda externa do côndilo femoral lateral. Este trato sofre atrito com a parte óssea lateral do fêmur quando o joelho flete a aproximadamente 30°. A sobrecarga e o atrito repetido desta estrutura contra o osso provocam a inflamação da fáscia.
A bursa é um saco cheio de fluido (almofada) que protege as articulação de traumas e atritos. Essas bursas estão presentes entre músculos e tendões que deslizam um contra outro. Nessa localização a bursa repousa entre o côndilo femoral e o trato ílio tibial. Normalmente, esta bursa permite que o tendão deslize suavemente para frente e para trás ao longo da borda do côndilo femoral quando ocorre a flexão e extensão do joelho.


CAUSAS

O TIT desliza para frente e para trás sobre o côndilo femoral lateral do joelho quando este movimenta-se em flexão e extensão. Normalmente, este não é um problema. Mas a bursa entre o côndilo femoral lateral e do TIT pode tornar-se irritada e inflamada se este esteja comprimido sobre o côndilo femoral com os movimentos repetidos do joelho. Estes podem incluir caminhadas, corridas, ciclismo e principalmente corridas de longa duração.
É uma patologia causada geralmente por “overuse” (excesso de atividades). Está associada ao tempo (duração) e velocidade das atividades realizadas. Através desses movimentos repetitivos a bursa pode tornar-se inflamada e os sintomas de dor associam-se principalmente durante as atividades esportivas.
Alguns especialistas acreditam que o problema acontece quando os joelhos são arqueados para fora (genovaro), quando os tênis estão mais gastos do lado externo ou quando pratica-se atividades físicas em terrenos angulados. Outros consideram que certos tipos de pé, tais como pé pronados são causas dessa patologia. Pronação do pé ocorre quando o pé perde o arco longitudinal medial (pé chato).
Recentemente especialistas constataram que corredores que possuem um enfraquecimento muscular do glúteo médio no quadril são mais suscetíveis a ter a STIT. Esse fato deve-se ao fato de o glúteo médio ser responsável pelos movimentos rotatórios do quadril.
O genovaro faz com que o côndilo femoral lateral fique mais proeminente usando atrito dessas estruturas o que em casos mais graves pode causar um espessamento (fibrose) do trato intensificando os sintomas.




São causas comuns do surgimento da Síndrome do Trato Iliotibial:
· Encurtamento da banda iliotibial;
· Fraqueza do músculo glúteo médio e maior ativação do músculo tensor da fáscia lata;
· Aumento abruto da intensidade do treinamento - treinamento sem orientação de um profissional;
· Pronação excessiva dos pés;
· Calçado inadequado para seu tipo de pé;
· Posicionamento incorreto dos pés no pedal da bike – uma dica é posicionar o pedal com o calcanhar aproximadamente 6° para fora
· Altura incorreta do banco da bike;
· Corrida em terrenos irregulares, subidas e descidas em excesso;
· Joelho varo (arqueado para fora), torção tibial ou epicôndilo lateral do fêmur anormalmente saliente.




SINTOMAS






Quais as queixas principais?Os sintomas da síndrome ITB geralmente começam com dor na face lateral do joelho um pouco acima da superfície articular. A dor intensifica-se durante uma atividade física repetitiva, podendo fazer com que o praticante desista de seu treino. Com a piora do quadro inflamatório (bursite), a dor pode irradiar-se para a face lateral da coxa e para baixo (face lateral da perna). Os pacientes por vezes relatam um estalido na face externa do joelho.



DIAGNÓSTICO




Como vai o meu médico saber que é STIT? O diagnóstico geralmente pode ser realizado sem qualquer exame ou teste complicado. O seu médico através da história e exame físico deve pensar nessa possibilidade. Alguns diagnósticos diferenciais devem ser descartados e devido a isso é que os exames de imagem auxiliam muito. Raios-X podem ser realizados para se certificar de que não existem outras lesões que poderiam estar aumentando o problema. Em casos agudos o Rx é normal. Pode aparecer um leve aumento das partes moles laterais.



Se houver dúvida quanto ao diagnóstico, ou se você ainda está tendo problemas após tentativas conservadoras de tratamento, uma ressonância magnética deve ser realizada. A RM pode mostrar se há problemas associados como a lesões condrais, meniscais e ligamentares.




TRATAMENTO




O que pode ser feito para a melhora do quadro ? Tratamento Conservador. A maioria dos casos pode ser tratada com medidas simples. Na primeira tentativa de melhora utilizam-se medicação antinflamatória, gelo e ultra-som como métodos antinflamatórios. Pode ser necessária a prescrição de fisioterapia, onde os problemas que estão causando os sintomas serão avaliados e tratados. Alongamento e fortalecimento são as bases do tratamento conservador.



Para o alívio local pode-se utilizar braces (imobilizadores tipo cintas). É muito importante avaliar o tipo de pisada, tipo de tênis utilizado no esporte. O equilíbrio da marcha pode ser modificado com tênis especiais etc... Após o tratamento anti álgico o fisioterapeuta provavelmente irá orientar sobre a sua atividade esportiva e pode lhe dar dicas sobre o aquecimento, alongamentos, calendário de treinamento, calçado, opções de terreno, etc.... Se os sintomas persistirem o seu médico pode sugerir uma injeção de cortisona na bursa. Cortisona é uma poderosa medicação anti-inflamatória que pode ajudar a reduzir a inflamação e tira a dor.




E o que fazer quando a dor desaparecer?






● Uso de gelo no local – 20 min 3 x /dia



● Tente encontrar dentre as causas a que pode estar acontecendo com você e procure corrigi-las;



● Faça um alongamento suave do trato iliotibial e do ventre do tensor da fáscia lata;



● Procure um profissional adequado (médico e fisioterapeuta do esporte) para um exame clínico preciso e possíveis exames complementares para confirmação do diagnóstico.




A cirurgia é raramente necessária para corrigir problemas no TIT. Essa consiste em remover a bursa e liberar e alongar o TIT apenas o suficiente para que o atrito seja reduzido quando o joelho é movimentado e alongado.



REABILITAÇÃO




O que devo esperar após o tratamento? Após tratamento conservador você deve ser capaz de regressar às atividades normalmente dentro de quatro a seis semanas. Você pode ser acompanhado por um fisioterapeuta durante este tempo. Um elemento-chave do tratamento é a cronologia de treinamento (programação). Fortalecimento e alongamentos musculares são escolhidos para corrigir desequilíbrios, como a fragilidade no músculo glúteo médio ou o encurtamento do TIT.



Os tratamentos, tais como ultra-som, massagem de fricção e gelo pode ser usado para melhorar a inflamação aguda. Após a cirurgia você terá um período de repouso, que pode envolver o uso de muletas. Você também irá necessitar de um cuidadoso e gradual retorno aos programas de exercício. Um acompanhamento fisioterápico é muito importante para graduar os retornos as atividades conforme a cicatrização local e alívio dos sintomas.
Quando voltar a correr? O objetivo da reabilitação é o de você retornar ao seu esporte ou atividade o mais rápido e seguramente possível. Se você retornar muito cedo poderá piorar a sua lesão, o que poderia levar a um dano permanente. Todos se recuperam de lesões a uma velocidade diferente. Retornar à corrida será determinado por quão cedo o seu joelho se recupere, não por quantos dias ou semanas se passaram desde a ocorrência da sua lesão.
Geralmente, quanto mais tempo você tiver sintomas da lesão e não for ao médico para começar o tratamento, mais tempo levará para melhorar. Você poderá seguramente retornar à corrida quando começando do topo da lista e progressivamente até o final, cada dos seguintes for verdade:
· Dobrar e esticar totalmente o seu joelho sem sentir dor.
· Seu joelho e perna recuperarem a força normal em comparação ao joelho e perna não lesionados.
· Correr em linha reta sem sentir dor ou mancar.
· Correr em linha reta a toda velocidade sem mancar.
· Seu joelho não estiver inchado.
· Fazer viradas bruscas ou abruptas a 45º.
· Fazer viradas bruscas ou abruptas a 90º.
· Você puder correr fazendo o oito de 18 metros.
· Correr fazendo o oito de 9 metros.
· Pular com ambas as pernas sem sentir dor e puder pular com a perna lesionada sem sentir dor.


Abraços...

























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